quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Funesto







Gustave Coubet

Diz-me Flor canibal
Que parte de meu ser queres
Diz-me o que essas pétalas enfeitadas desejam
Chamar-me a loucura desvairada?

Infame teu nécta de fezes que exala o ardor de um mentiroso
Aquele que perfura nossa alma e sangra nossa sanidade
Cambaleio rente tua beleza desinibida
Uma mentira comum, e não apurada

Quebrando sempre a mesma seiva
Brutalizando nosso açúcar de tatos libidinosos
Elaborando nosso amor em plena carcaça
Deixe-me aqui como uma flor sem sair do lugar

Depois de um tempo deixarei nossos poros abertos
Para que nossos filhos voem onde não podemos chegar
De onde muitas vezes não pude gritar
Onde sempre a chuva ousava me afogar

Maika R.

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