sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Musa




Gustave Courbet





Bastam-se palavras para que ela caia em seu leito
Assim, quase sendo levada pelo desdobramento
Musa, eis de ser minha vida e minha morte!
Infame, essas palavras que a fizeram cair

Caia dentro dele, o coma!
Tenha em sua vagina a ardência de uma planta carnívora
Decline de teu próprio convite
Evites, os anseios e resquícios de adivinho

Seja a indomável, recaindo sobre ti, palavras
Seja a pressão de sangue que brota do pênis
Imaculada beleza, divina e sadista
Seja de ti, tua própria dona


Seja de ti tuas próprias palavras
Erga-se rente à imaculada
Seja esplendorosa
Não caia em falsas palavras

Maika R.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Piel Canela...




Albayde- Alexandre cabanel
 
 Intrigame su piel canela 
Que en tu esplendor rojo
Hey de caer en la locura, sin más dolor
Beber de tu sudor y explorar la margen de sus poros

Por lo tanto, lo Indio con el pelo largo y negro
Cantar y cantar a tus dioses
Voy a estar dedicado a su tribu, un hombre
Soledad usted usa este desnudo

Indio de piel canela
Lleve con tu red
Hazme tu río y su casa
Ven en espíritu y espérame en el cielo

Donde la naturaleza hace llover
Cuando hace sol
Cuando se pone de pie gritando la cabeza en las nubes

Maika R

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Funesto







Gustave Coubet

Diz-me Flor canibal
Que parte de meu ser queres
Diz-me o que essas pétalas enfeitadas desejam
Chamar-me a loucura desvairada?

Infame teu nécta de fezes que exala o ardor de um mentiroso
Aquele que perfura nossa alma e sangra nossa sanidade
Cambaleio rente tua beleza desinibida
Uma mentira comum, e não apurada

Quebrando sempre a mesma seiva
Brutalizando nosso açúcar de tatos libidinosos
Elaborando nosso amor em plena carcaça
Deixe-me aqui como uma flor sem sair do lugar

Depois de um tempo deixarei nossos poros abertos
Para que nossos filhos voem onde não podemos chegar
De onde muitas vezes não pude gritar
Onde sempre a chuva ousava me afogar

Maika R.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Esmo





 

No teu ventre lanço minha semente para germinar nosso desejo
Que desejo tens senão a ânsia de partir
A ânsia de me perpetuar em ti deusa que tanto desejo,
Traga-me teu caos antes mesmo da partida
Antes mesmo da tua vinda, antes mesmo de sentir-me.

Levarei a ambiguidade de tuas feras malignas
Ressaltarei uma brisa a qual teu corpo ilumina
Ilumina-me, se por acaso tu se for, vás comigo.
Dentro de te fiz meu abrigo
Levar-te-ei comigo onde for.

Serás minha companheira, dividirei contigo todos os martírios
Será tu o motivo da minha dor?
Correrei contigo todos os perigos o perigo de sucumbir por amor
Dizer amor, é perfurar meu crânio que grita em dores
Dores essa que meu coração já não suporta

Grande demais pra meu peito, ele foi embora
Faz de mim o motivo de tua loucura.
Permita-me atormentar  tua mente
E eu te exigirei sempre mais
E se meu amor te fere aprende a te regozijar com meu amor

Encherei minha saudade com tuas lembranças
Tocarei meu corpo em tua homenagem
Olharei para os cantos buscando tua imagem
E depois de tudo, morrei assim
Sem mais destino, sem mais bagagem

Maika R.  e Jonatas R.





sábado, 22 de dezembro de 2012

Febril





caravaggio_Merize
E não lavarei mais o chão que com bromas da terra sujaste-me a firmeza
Não arderei mais em silêncio por que meus poemas me rendem paciência
A qual excomungava e jogava fora sem ardor e pressa de voltar ao lugar
Aprenderá a rezar aos deuses pendentes do acaso

Usará tampões em suas audições, e irá de ser o que ouvirá aturdido
Em breves melodias de ventanias
Verás meu olhar ao norte, sem norte pra caminhar
E não mais sentirá a febre dos meus beijos

Encaleço os males de minha alma
Para que numa recaída ela esteja mais forte
Suportando misérias e emaranhado de roubos
Roubas sem dó desta febril alma que te devora

Maika R.