terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ultras





Quadro de-rembrandt



Tomate podre ao sol
Expondo sua ridicularizada vermelha
Expressa decadência e inquietação
Pendura e seca ao sol latente
Suas rachaduras infortunam
Fatura em matéria de nada
As ultras que tiram tua vida
São as mesmas que te dão a vida
Tomate podre ao sol
Essa é tua cor
Expondo o vermelho quase mudo
E tua decadência se faz sombra inexistente
Perfura nossa fome e nos traz lamento
Outros tomates podres ao sol
Desperdiçam nosso liquido

Maika Rosseau

Nicho



Caravaggio_-_Taking_of_Christ_-Dublin


Retirando de minha alma, o inferno dolente

Dolorosa e crente beleza carnal
Queres-me como um carneiro enquadrado
Teus sentimentos acuados pela negligência
Essa é tua suposta literatura humana

Escreves em pedras e esculpe em papeis velhos
Sujos pela lama que tu trouxesse do vácuo
Sem nada a dizer apenas lê meus poros
Mentes quando respira pela epiderme

As divisões do paladar se unem ao teu tato
E transborda em mim a luxuria fúnebre
E mesquinha rente ao odor que exala
Sejas meu e serei tua sem querer

Deixe que a negligência te ensine a beijar
Não ataque o que ainda não é teu
Resguarde teu ataque para a cama dos amantes
Serei tua e o vácuo teu

Beberemos a mesma agua
E comeremos da mesma terra habitada
O nicho de merda, é nosso esconderijo
Vamos para o espaço derreter nossos crânios em frente ao sol

Maika Rosseau