quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Homem das cavernas

Scarecrows_Piccolo Lucca palazzi


Ele chiará, grunhirá
Alcançará a carne ainda viva
Como um lobo faminto uivará longe
Longe até onde seu grito poderá atingir

Homem das cavernas
Andarás curvado com um pau nas mãos
Comerá como se houvesse um perigo
Algo a declará, teus pelos me enojam e te protegem

Com teus olhos grandes e fixos
És criança sem dialeto
Homem das pedras, vulcões, mares
O fogo faz partes de teus pés

Longe de mim
Longe, bem longe
Bem, fique longe
Quero no fundo que fique bem

M.Rosseau

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Dos ditos sensuais negros de carne bruta


barlowe_littlelegbeast

Nem sei mais quem me deixou assim
Tão fria e indiferente ao amor de todos
Seria a crueldade que não muda meu humor
Seria a desnecessidade que me injúria o rancor

Fitando o que de melhor há de se ver
Há de ser o calvário das dores
E o salvador de todos nos abandonou
Naufragou, de repente vazou

Nem sei mais quem me deixou assim
Tão intolerante louca e surda
Nem vejo minha calma na cara
Na cara só esbanjo um desejo por nicotina

A substância dos mal feitores
Dos ditos sensuais negros de carne bruta
Pois, é nela que vejo meu passado
Tentando ser direito

M.rosseau

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Odeio-te ingênuo




As cinzas-M.Rosseau 40x60


Cada momento eterno
Dentre meu amor insistente
Suja tua cara por teus próprios erros
E eu odeio-te ingênuo

Pois, essa faca já não corta mais
Essa tua embalagem já não vende
E esse teu amor já não alimenta
O tal rancor que agora sustenta

E teus joelhos já não precisam caliçar
Pois, nunca rezei por ti
Não reze agora pelo que de fato
Não crê tu

( O tempo nos dirá) M. Rosseau


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

. Por que uma boa morte não tem história







Helpless a child-Luca palazzi




Sente-se que a vida já não te dá nada
Talvez não deva dar
Talvez nossa vontade fora de menos
E o sabor da vitória refletisse em um bafo quente

Estado de uma fracassada
Fracassa em tudo
Deita-se, dorme-se e se desperta para mofar
Em cima da labuta a qual carrega na mente

Que esplendor, meu Deus
Derrama teu jogo em mim
E as cartas ainda nas mangas
Serão todas carbonizadas por meu conceito

Sejamos fiéis as obras dos grandes
Grandes por natureza são achados de si mesmo
Achei em mim à guerra
De um final certo e de imortalidade incerta

Legendária sem causas, histórias...
Francamente desejo à morte
Surda, muda... Cega...
Por que uma boa morte nao tem história

M.Rosseau( Numa Fossa)











terça-feira, 14 de outubro de 2014

Do silêncio o fiel




Vereda-oleo sobre tela de M.Rosseau 50x60

Como não querer-te
Se antes de querer a ti
Eu quis a mim mesmo
Amei-me como a mãe ao filho

Confiei meu tormento
As fracas bondades
Fiz de meu sono o lamento
Do silêncio o fiel amadurecimento

E a semente ainda dentro do fruto
Imaginando não estar em lugar algum
E estando mais longe que as estrelas
Desejei muito mais que querer-te

A labuta por tua eternidade
Pois, quem mais seria eu
Se não o único ser que respira
Pelo mesmo ar que o teu

M.Rosseau

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Não reza, mata!




dino valls



Homem incompleto
Completo por sí só
Perpetúa o pior
Sem controle ao frio

Germina infértil
Produz o tédio
Que numa outrora
Brilha vil

Senhor dos perfeitos giros
Das formas inexactas
Quem te oferece essa linha
Come o diabo na estrada

Se o jogo canibal
Reina a quem come santo
De joelhos reza
Com vontade de comer
O tal espírito santo

Fica quieto
Agitado sentindo
Usufruindo do melasma
Quem sente dor da gente
Não reza, mata!


M.Rosseau


XXI




 
Gustav-Klimt-

Perpetúa o meu amor
Pai, dono dos meus galhos
Submisso da própria grandeza
Eres afonico, dotado de frieza

Se das migalhas vivo
Mendigando o teu olhar
Fixando tua segurança
E que desde criança não sei suportar

Me humilho de menos
Dou-te assim pouca luz?
Não beijei teus pés sujos de lama?
Ou fui fiel demais a tí pai

Hoje adulta
Liderando quem me governa
Serei eu filha da fraqueza
Filha da frieza
Igual a tí pai

M.Rosseau

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

La presa...




La  Presa- Walter A Verdú

Me pones en tus garras
Como la eterna muerte
Sin uno, sin nadie
Son las palabras de quien ataca

Tan rápido, me llena de amor
Con lo olor de quien ya he amado
En esta mirada siento de lejos tu hambre
El hambre de quien juega cruel

Si ahora tú te vas
Si ahora tu amor te has felino
De quien seria la culpa de mi muerte
Si no de las colores de tu mentira

Y esta presa moriría dramática
Mirando su asesino
Que viene así amando su muerte
Deseando un rato de tiempo en lo infierno

M. Rosseau


domingo, 28 de setembro de 2014

A forca da salvação





A agulha e a flecha-M.Rosseau 40x70
 
Se o céu partido
Longe do inimigo
Abusar aflito
De tal lembrança ambígua

Farão como nobre amigo
Cheios de intenções cumpridas
Largas em direito
Misteriosos por anseios

Uma busca ingênua
A forca da salvação
Libertação que deveras sente
Longe de pai e longe de mãe

A mão sustentará o teu peso
Sejamos cadentes em nossa honrosa
Pomposo no que faz
Dolente amor juvenil

M.Rosseau








terça-feira, 16 de setembro de 2014

O nó que nunca enxerga




i-should-go-to-sleep-hungry-and-wake-up-with-my-guts-knotted-up-luke-hillestad
 
Algo para te ferir, somente uma lança
Aquela que invade o ventre
A que acerta e erra no ser majestoso
Sem cortes, que dor sente?

Seria o mesmo aperto peito adentro
O nó que nunca enxerga
O mesmo nó que cega
O suor no tato já ardente no olfato

Anfitrião dos toques leves
Dos dedos agulha
Que envolvente na gastura
Que faz do escravo serpente

O amor feito borbulhas
Gruda como muco nas paredes inimigas
E acima da cintura de tua amiga
Arderemos nela a mais pura brasa

M.Rosseau





quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Dancei diante das regras de Deus...



michelangelo_caravaggio_44_saint_francis_of_assisi_in_ecstasy


Foram-se os dias nebulosos
Cheios de impaciência e insatisfação
Se antes não sabia onde estava
Agora em vil desdém

Menos sei

Provei de minhas próprias mentiras
Desfrutei de meus enganos gloriosos
Dancei diante das regras de Deus
E por fim caí na fuga

Fuga dos esquecidos

O mesmo que o
silêncio
O senhor dono de tudo
Até da vida injúria adotiva
Não sendo mãe nem pai

Não sendo o que se pode

Pois, o querer permanente
Reflete no teu sexo sem amor
No modismo fixo ao lado
No ajoelhar e rezar

Rubor...

M.Rosseau

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

A legítima forca do éden

   
Sir-John-Everett-Millais-Speak-Speak-also-known-as-Apparition-   



Já não saberia se viver ou se morrer
Se tu não fostes nem de longe o que fui por tu
Seja egoísta e orgulhoso de minha parte
Mas, eu quero em troca tudo o que fiz por merecer

Não mereço isso
Tampouco um pouco do infinito
Nasci para escrever e amar
Pintar já é um sexo casual

E meu nojo ao lembrar suas meretrizes
Fizeram-me por tantas vezes naufragar em mim
Em minha própria íra
Sinta o que penso pelos meus papéis
Debruçados em tintas

Tintas cor de merda
Tintas cor de mel
Paredes decepadas como se a culpa fosse delas
A legítima forca do éden

M. Rosseau




sábado, 2 de agosto de 2014

O que eu comi de você






Everett-Opheli




O que eu bebi de você
Foram as gotas salgadas de suor
As gotas que de tão salgadas
Deram-me mais sede de amor

O que eu comi de você
Foram as partes mais carnosas
E que de tão macias
Me dividi em sete bocas

O que eu toquei de você
Foram as costas grandiosas
Que de tão ansiosa
Me escondi de maliciosa

O que eu meti em você
Foram as garras de amor
Que de tão afiadas
Você fugiu de tanto rancor

O que eu senti de você
Foram as fugas planejadas
E que de tanta vergonha
Não te mais busquei desesperada

M. Rosseau

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Quando se come (A Mulher!)

Melanconia olio su tela 60x40  



Essas mulheres comem as palavras
Outras comem olhares
Essa bem ao seu lado come teu porte
E você, simplesmente as come!

Deixa-se ser comida, seria o auge do desejo
O ser feio tampouco seria o homem
Que de tanto meter o pau onde não lhe convém
Exala seu peito depravador pelos cantos

É gentil o embargue da sedução
Algumas vezes se dança, outras são por telepatia
E a maioria lorota do que se atrai
É uma infame jogada de tapar o que se está aberto

Molhar o que se está seco
Esvaziar o que se está cheio
Encher o que se está vazio
Esfregar quando se está frio

E esfriar o que demasiado te inquieta
A mulher fácil de ser comida
É difícil de comer seu amor
Você sofre e chora, enquanto

Ela ri e enche a vagina
E você deseja e morre de fome
A mulher fácil comida é solitária
Caminha deflagrada, dona de si

A mulher bem comida, não te ama
Não te escolhe como macho alfa
Não enche seu peito de glória
Nem goza na tua cara

Simplesmente te olha e descarta

M. Rosseau

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A canção de uma morte




 
John Everett Millais..


Abaixo de mim choram
Eu, cá em cima tenho meus olhos fechados
O violino me tráz gozos
E eles? Seguem chorando

O medo da solidão esta de longe
Olhando o que devéras sentem
E o solo flui de uma solidão
A solidão ardilosa e cheia de firulas

E de nenhuma forma há mais
Os tragos foram tão bem tragados
De uma outrora dependente de melodias
E ela não sai da mente

E a rosa que brotou do arco
Somou umas claves a mais
E os olhos fechados sentem
A canção de uma morte

Espero que ela deixe eu terminar este trago. . .

M. Rosseau

sexta-feira, 25 de julho de 2014

E se ela decide vir?


caravaggio_stfrancis

A velha tragava as dores
Bebia em seu pequeno copo
A última gota de álcool
Olhava a lenha queimar
Querendo dentro estar

Querendo queimar junto a sua dor
Querendo em um domingo triste
Morrer pela chama daquele ardor
É o mesmo destino triste que a canta
Enquanto todos estão em algum lugar

Rindo e falando das semanas duras
E aquela cara de marcas
E ali conversava com a tristeza
Desejando que ninguém bata a porta
Que com a mesma facilidade fora aberta, fora cerrada

E o que dizer se ela decide vir
Com que roupa vou
Com que cara a recebo
Talvez de tão ingrata não veja minha cara
Ou apenas tocará meu ombro e eu me vá

M.Rosseau




quinta-feira, 26 de junho de 2014

Para os assassinos das rosas...







William-Bouguereau-paintings-Mignon




Caminhei até a parede a qual me cegava
De longe vi tua sombra apegada aos tijolos
Os mesmos que desmoronavam junto ao nosso amor
Continuei, cada passo era o pouco do fim

Existirá algum lugar para os que amam menos
Por que nesse lugar os dedos que tocam a cara morta
Já não se importam com algumas pedras fora do caminho
Assim é a labuta dos frios

Dos que deixam de amar
Dos que não amam
Dos que fogem da luta
Dos que sacam as pétalas das rosas

Existirá um lugar para os que amam menos
Para os que deixam de amar
Para os que fogem da luta
Para os assassinos das rosas...

M.Rosseau

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Quisiera te amar menos

SFINGE Roberto Ferri

Linda, te amo
Pero, quién sería yo para mis amigos
Sería poco fiable, insensato y el mal
Y tú serías la puta de todos

Linda, te amo
Y con este beso espero secreto
Pues, de mi el amor no muere
Quisiera te amar menos

Pero, linda , como te amo
Como el amor frío del sur
Y sé que en las noches haré el amor con tus recuerdos
Y con la dolor de Dios, te haré dormir en mi pecho

Por que Linda, te amo

M.Rosseau

O adultério

Artista- desconhecido




­­­Banha-me em este desejo em que rola as serpentes
Que em meu corpo pede para assumir teu caos
Meu gozo está longe de tua boca
Venha sem medo natureza selvagem

Teus cabelos largos e suaves
Fazem de minha poesia um gato
Sem as sete vidas mesquinhas
E em teu olhar de caçador, eis minha dor

Juvenil e explosivo este teu ego de macho
O cio não espera, ataca em teu eu, menos eu
Incluso minhas vestes de pele seca
Úmidas de adultério de todas  partes


M.Rosseau