Gustave Courbet |
Odeio-te...
Por
que me odeias, Criatura macho?
Pois
na negação, no ódio, encontra-se o oposto... Odeio-te, é só uma miragem...
Perfure
teus olhos e tu não ha mais de ter tais miragens, expulsa-me de tua íris
Não
te quero longe, te desejo em mim, és meu centro, és meu mais profundo eu
Longe,
a um palmo de distância de tua boca úmida, crente a língua que me beija
Perto,
mesmo distante, pois dentro de minha mente é onde habitas
Deixe-me
habitar tuas vestes, vestiremos um único romance colorido, sem segredos ou
medos
Habita-me,
vestir-nos deste romance, viveremos este amor
Quero
a ti, sem receio e com respeito sejas meu felino
Tens
a mim, sem medo ou segredos seja minha caçadora
Quando
o sol partir para outra esfera, quando o astro impotente de luz surgir, serei
tua de alma e intelecto
Sendo
meu, de tal forma, que nosso intelecto, nossa alma e nosso sonho, sejam um
infinitamente
Iluminação
extrema isto é o que brilha em mim quando existo em ti
Luz
que brota de nossos olhares
Olhares
cegos, cinzas... Penumbra nossa partida
Por
- Maika R.
Quadro de- Gustave Coubet
Palavras...
Eu
prefiro as que surgem em minha mente quando te beijo.
Minha
mente está o tempo todo contigo a devorar
Devora-me
por inteiro, não somente o coração.
Tem-me
a cada momento, a cada pedaço, a cada respiração
E
se acaso me quiser, Sou daquelas que dizem não
Se
acaso eu te quiser… o não dito não é nada, pois a alma é quem grita sim...
Sem
palavras me deixastes agora, mas a voz não se cala dentro de mim, ainda
nego-te.
Nega-me,
nega-me o quanto quiser, pois o amar não é dito por palavras, nem externas nem
internas
Sem
mais palavras... Calo-me diante tua
revolta.
E
o calar clama em sua candura o longo, sutil e cálido beijar
Mórbido!
Chega! Já disse que me rendo! Não me assombre com está inquietação. Rendo-me ao
teu afeto.
Rendidos,
juntos, resta-nos somente… amar...
Por-
Maika R.
Quadro de- Roberto Ferri-Apollo e Dafne olio su tela 70x50
Labirinto emaranhado de sentimentos, sentir a dor
de ter
Que dor te findas, senão teu super ego
Senão teu ego destruído e dilacerado por um querer
Egoísmo o que sentes, nada mais, ame e sinta-o
Sinta-o, tenha-o, queira-o, esqueça-o, mate-o
Quero matar a ti, Oh! Criatura macho!
Quero a morte, morte a cada dia, a cada despedida,
a cada encontro
Fascina-te a morte, Seja cauteloso ela a de te
enganar
Morte, renovação, nova vida, eis o verdadeiro amar
Ainda sim, irei de ter uma divida com tal ser
Ser este que, sapiente da reciprocidade do amor, se
joga no labirinto
Teu labirinto com migalhas de pão, escreve o
caminho. Não deixa-o
Perca-se, entregue-se, sinta a complexidade deste
belo labirinto
Chega! Não dites o que não conhece, pobre inato
horrendo
Só quem esta morrendo, só quem esta amando, pode
conhecer a terrível face
Rasgue-a! Não detenhas minha face, muito menos meu
lamento!
Devora-me, alimente-se de minha mente, para só
assim saberes o que sinto
Invades o centro do espelho, o que esperas de mim?
Vaidade?!
O que é a vaidade? Nada além do devorar a si mesmo,
sentir e querer
Engana-se, tu és minha vaidade mais reluzente,
conformo-me.
Tal qual Teseu, entras em meu labirinto e destrói o
monstro, trazendo-me paz
E nessa paz, entrego-me a ti! Em um conformismo
silencioso.
Silencio este que só é quebrado por sussurrados
sentimentos caótico
Sussurras em mim, teu bafo sentimental. Oh! Felino
macho!
Prestes a te devorar, para que vejas, sintas e
tenhas um amor feroz
Ferozmente a presa se entrega ao felino,
Alimente-se de mim, Desisto!
O felino, lentamente, dilacera a mente, sente, ama,
alimenta-se do amor e depois voa
E por fim despenca numa tristeza, como em um
tribunal de perdedores!
Por- Maika R.
Quadro de Roberto Ferri-Icaro olio su tela 50x80
Tempo... Devorador de momentos
felizes...
Você... Devorador de pensamentos, e
deslizes caóticos
Você... Conquistadora do castelo do meu
eu
Eu?... Apenas uma pobre criatura que
ousa não te amar
Ambiguidade, sentir e não sentir, eis a
beleza...
Minhas vestes apertam, visto você... Vista-me!
Avista-me.
Por-Maika R.
Quadro de - Roberto Ferri-Ade olio su tela 100x70
Tua
íris inconstante, de tão perto se torna meu inferno
Teu
sentimento revigorante, de tão intenso se faz cálido
E faz de
nossa áurea alvos de reclamações
Reclamações que se fazem nada, perante
um simples olhar
E se o oceano
tocar-me, serei deslocada por ti
E se a vida findar-se, sei que tive a
candura de um real amor
Sim! Aquela
que exala nosso suor perante a incerteza
Aquela que sorrateiramente olhou no
amago das nossas almas e sorriu
Um sorriso irônico
e perpetuo. Sim! um abismo conformado
Um abismo que de sonhos e esperanças é
feito, todos despencados
Despencados e
mortos pelas rochas agulhas
Mortos, porem lentamente ré assuntos a
mente daqueles que se fazem amados
Amados, porem
castigados, assim, sendo a ultima lembrança que antecede a morte
Morte, destino, labirinto, vida
intensamente vivida e exaltada pela beleza da arte verdadeira de amar
Por -Maika R.
Courbet_LAtelier_du_peintre
Sinta meu sabor nesta
findada caótica e estreita
Deseje minha pele, a
exalar sutil mistura de prazer e dor.
Devora-me, estraçalhe
minhas vestes e danifique meu ego.
Abocanha-me, e em uma só
mordida leva-me inteiramente a ti.
Sentirei descer por
minha garganta a sensação de satisfação, preencha meu ego.
Falso final sentes, pois
dentro de ti novamente, volto a ser sorrateiro caçador
Engano! Mastigaste-me e
de min, tirastes o suco essencial do cardeal.
Novamente volto a te
devorar, forte e lentamente, sentindo teu sabor por meus lábios escorrer.
Lábios rentes a tua cor,
teu suor, banha-me assim expulsando toda nossa sujeira.
Corrobore com este
prazer que é sentir todo teu corpo a ser destruído por minhas mãos
Brutalidade essa que me
findas, falo perturbador de prazeres e dialetos.
Léxico tão vasto e tão
extenso, que se esconde perante o domínio do prazer.
Prazeres transformados
em gemidos de ódio, odeio-te
Negações que tomam
apenas forma de palavras, gestos que contradizem plenamente o negar.
Nego-te, nego-te o
quanto puder, mas o teu peso, pesa em mim, esmaga-me.
Olhar, desejo, gemidos,
uma aura de pleno prazer se desponta entre nos.
Ponta, pontas, apontas
meu seio como tua fonte de alimento, suga-me por inteiro
Mãos a se espalhar por
teu corpo, para novamente te ter em plenitude.
Duas erguidas, duas
estimas, dois e logo somos um, desejo todos os dias o mesmo Ser.
Unificados por nossa
carne, mutilados por nossas mentes e amados por nossas almas.
Por- Maika R.
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