domingo, 2 de outubro de 2016

O Destino do Medo








Luke Hillestad- there is a possibility


Foi assim, em um mal súbito
Chegara de manso presumo
A ordem que lhe fora dada
O luto caminhante as pessoas preparavam

Como passos negativos
As horas sujas sem motivos
Pairavam em desdém em minha garganta
E o tempo não a fazia santa

Meu desespero por uma partida havia de ser tanta
Que em complô com a vingança
Meu sangue jorrou em desaliança
Separou-se de minhas entranhas e rumo a matança

As flores que em minutos sangravam
Manchavam de rubor a desgraça
Que pairava no ventre alheio
O que nascerá do anseio por seios vazios


M. Rosseau

sábado, 28 de maio de 2016

XXIII





pintura-ivan guayasamin




Há mentiras cruéis, dessas que matam ou fazem morrer
Há uma distância entre o amor e o ser amado
Há quem diga que o ar é imaginário
E ainda há aqueles incrédulos ao ver

Aqueles que como aranhas escalam
E como aves baleadas caem
Aqueles que ainda ao chão tentam rastejar-se
Dentro daquela imensidão e de pensamentos de arrependimentos

Aqueles que olham a morte com gosto
Jamais morreram pelo perdão
Suas mortes serão todas em vão
E o arrependimento de outrora

Será a tampa do caixão!


M.Rosseau