domingo, 27 de janeiro de 2013

Tênares





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 Não morrerás por outras mãos se não pelas minhas
 Meu amado, isso é só para que teu sangue coagule.
E ninguém mais além de mim possa amar-te
Seja o mal cheiro de meu amor

A carne podre que sufoca e asfixia os românticos
Seja de mim a usura brotada dos tênares
Comtemplando nossas causas e meios
Sejamos passivos, assim a morte será menos dolorosa

Se não lutarmos, morreremos cedo
Conformados e arrependidos
Ânimos esgotados e percas de terrores
Aterrorizando aqueles que temem e amam

Maika R.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Gemidos...








John Everett Millais...
 
Algo triste se põe a cantar
Canta! Cante e chore
Quero o regresso de teus gemidos em ombros
Cante! Canta o que te faz desvairada

Quer-se algo pra chorar
Vamos cante como se o choro fosse a maior labuta
Labutando o imaginário divino
Gemendo a oração cardeal

Dentre dentes o prazer vocacional
Entre pernas o leite quente
Aquele quem mente
Mente repentinamente

Serei assim, cantigas e mais cantigas
Aquelas que te estima
Perdendo o vácuo e o preenchimento
Serei assim, uma vela derretida
Prazer e sodomia

Maika R.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

A mulher Trágica






John Everett Millais, Ofelia 2


Agora serei a noiva a escorrer pela pequena correnteza
Com o vestido submerso nas rasas águas
Serei o fixo olhar apelante o céu nublado
Que tampouco chora minha tragédia

Guardando os segredos em minha pele vermelha
Surrada pelos traumas de frases e frases
Sorrateiras e meticulosas essas coisas do céu
Antes não pensa, antes não neva

Agora, a água me leva, pois a terra em orbita prevalece
A lua me chama com seu dilema
E meu vestido tão maduro, agora inundo numa brisa
Levo-me a ti, pois assim ei de viver mais, além do que posso

Maika R.