caravaggio_narcissus
Uma
estranha no reflexo
Não
reconheço esta que em meu espelho
Pendura
sua face e seu corpo culposo
E
na noite que se incendeia
A
lua esbanja seu fogo sigiloso
Estranha
no espelho, é ela que vejo
As
cores da ausência perturbantes
São
as mesmas estranhas na escuridão
Que
buscam em imagem
O
seu alimento, a face do medo
És
essa mulher com pênis extravagante
Um
seio farto e barba feita
És
aquela de longos cabelos
E
ombros largos
És
aquelas de sobrancelhas fortes
E
silhueta definida
És
a estranha que me habita rente ao espelho
És
o batom vermelho de mãos cálidas
E
as cobras negras perfuram suas covas
Querem
descobrir quem essa tal estranha é
Um
curva e um abismo
Maika
Rosseau
Nenhum comentário:
Postar um comentário